SONIC THE HEDGEHOG 3: Uma adaptação digna da Forma de Vida Suprema!

Logo oficial do filme Sonic The Hegdehog 3 / Divulgação / Paramount Pictures

Fala aí, meus queridos, queridas e querides geeks do BansPodNerd! Depois de um excelente mês de folga não-remunerada, estou de volta à mesa da redação do blog nesta virada de ano. Puxando a linha de raciocínio para o assunto em questão, admito que aproveitei minha “folga” da melhor forma possível, e certamente um dos principais pontos altos deste mês foi ter assistido Sonic The Hedgehog 3 no dia 19 de Dezembro, durante a pré-estreia dos Estados Unidos (é isso mesmo, eu viajei pro exterior e assisti ao filme antes de 95% da população brasileira - toma essa, Brasil!). Como fã viciado de Sonic que sou, admito que entrei na sala de cinema com enormes expectativas, especialmente com o tanto que a comunidade em si já sabia o que esperar desta aventura do azulão - e agradeço por ter saído surpreendido, animado e esperançoso pelo futuro da franquia!


Para refrescar a memória da galera que ainda não foi assistir o filme (que estreou nos cinemas brasileiros durante o dia de Natal), Sonic (dublado por Ben Schwartz) acabou com os planos malignos do Dr. Ivo Robotnik (ou Dr. Eggman, interpretado por Jim Carrey) e está morando confortavelmente em Green Hills com a família Wachowski, compostos por Tom (James Marsden), Maddie (Tika Sumpter) e seus dois melhores amigos, Tails (dublado por Colleen O’Shaughnessey) e Knuckles (dublado por Idris Elba) - este que recentemente teve uma rápida aventura solo em uma série spin-off, acompanhando Wade (Adam Pally) em um campeonato de boliche do qual não vamos mencionar absolutamente nada.


Nos destroços da batalha de Super Sonic contra Eggman, a Guarda Unida das Nações - ou G.U.N. - encontrou arquivos antigos e a precisa localização do Projeto Shadow, uma iniciativa do governo americano de 50 anos atrás comandada por Gerald Robotnik (avô de Eggman, também interpretado por Jim Carrey) que visava criar a Forma de Vida Suprema. Ao tentar assegurar o conteúdo destes arquivos em segredo, a G.U.N. infelizmente liberta o ouriço Shadow (dublado por Keanu Reeves) de sua câmara de hibernação, fugindo em busca de respostas sobre seu passado e de vingança contra aqueles que decidiram acabar com o projeto, acidentalmente causando na morte de sua única amiga, Maria Robotnik (Alyla Browne).


Recorte de cena de Sonic The Hegdehog 3, mostrando o vilão Shadow / Reprodução / Paramount Pictures / Original Film / SEGA

A partir daí, resumindo o máximo possível, o filme segue uma narrativa que se assemelha muito com a história do jogo Sonic Adventure 2, de 2001, onde descobrimos a história de origem de Shadow The Hedgehog e seguimos Sonic e seus amigos em uma nova aventura através do mundo para coletar as Esmeraldas do Caos e salvar o planeta desta nova ameaça liberada pelo Dr. Eggman. Mas é até aí que a história se “assemelha”, porque metade dos acontecimentos são voltados para continuar a cronologia do universo que os filmes anteriores criaram (principalmente para manter o status quo de alguns personagens importantes), enquanto que a outra metade abraça a narrativa de SA2 ao fazer algo completamente diferente do que era no jogo original - como manter Gerald vivo na maioria da história, fazer o time Sonic unir forças com Eggman ou colocar uma personagem nova (a Agente Rockwell, interpretada por Krysten Ritter) no lugar da Rouge - entretanto, são nesses desvios de roteiro que o filme parece brilhar tanto ao trazer situações inesperadas que vão surpreender tanto os fãs de carteirinha quanto os novatos que conheceram o ouriço pelas telonas.


Em questão da caracterização dos personagens, quem mais se destaca nessa missão é o próprio vilão, Dr. Eggman. Carrey sai de sua “aposentadoria” e nos traz a melhor interpretação do personagem entre os 3 filmes, assimilando os maneirismos de sua comédia com o maníaco doutor sempre de uma forma caricata, mas sem perder o rumo de sua jornada familiar, que certamente é a cola que gruda o roteiro. Com isso em mente, as interações entre avô e neto dos Robotnik são hilárias e servem para nos mostrar como seria ver os dois gênios malignos trabalharem juntos numa situação tão cartunesca e avassaladora como essa - o que torna mais engraçado quando você percebe que ambos são o mesmo ator e não contracenaram em cena.


Também vale a pena trazer relevância aos demais personagens humanos que, apesar de terem sido menos utilizados que no último filme, tiveram mais chance de brilhar ao estarem conectados diretamente com a aventura do time Sonic - enfatizando o mérito pelo enorme destaque no desenvolvimento da relação entre Eggman e seu principal comparsa, Agente Stone (Lee Majdoub), que rouba a cena em cada uma de suas aparições! 


Recorte de cena de Sonic The Hegdehog 3, mostrando os doutores Ivo (esquerda) e Gerald Robotnik, ambos interpretados por Jim Carrey / Reprodução / Paramount Pictures / Original Film / SEGA

Mesmo com essa melhoria no enredo dos humanos, quem brilha são os personagens de CGI: As novas versões de Sonic e de Shadow (novas, no quesito de serem diferentes daquelas dos games) se contrastam muito bem na narrativa de herói e vilão que o filme opta por mostrar, colocando-os como semelhantes até os eventos do longa e usufruindo bastante do clichê narrativo de “basta um dia ruim para transformar um herói em um vilão” - o que nunca foi o cerne da jornada da dupla nos games, mas que serve de contraponto interessante e necessário para tornar a narrativa mais agradável para a compreensão do público geral. Ainda assim, Sonic, Shadow, Tails e Knuckles nunca deixam de ser o foco da história (e com isso, os donos das melhores partes do enredo), o que é apenas aprimorado com a ilustre interpretação que Schwartz, Reeves, O’Shaughnessey e Elba trazem aos animais antropomórficos.


Entretanto, se for para dar um destaque, é inegável que Shadow é a estrela principal - assim com Thanos foi em Vingadores: Guerra Infinita, o enredo está sempre envolvido no "vilão" e na sua origem que, apesar de levemente diferente do que já conhecíamos, não deixa de ser a interpretação mais fiel possível do personagem. Reeves arrasou no papel e conseguiu dar a devida importância que Shadow merece para sua introdução nas telonas, conseguindo equilibrar perfeitamente uma interpretação que beira ao John Wick misturado com um pouquinho de Vegeta no meio, mas que nunca deixa de ser essencialmente “O Shadow”.


Falando nisso, e honrando a jornada de Sonic Adventure 2, os últimos 30 minutos do filme são, sem dúvida, a melhor parte do longa, mesclando o que restou do game numa bagunça com Dragon Ball, algumas piadas estilo Grinch feitas por Carrey e a redenção de Shadow com maestria e uma devida dose de nostalgia.


Foto oficial das redes sociais de Sonic The Hedgehog 3, com Sonic e Shadow recriando a famosa arte de capa de Sonic Adventure 2 / Divulgação / Paramount Pictures / @sonicmovie

Claramente esse filme não é uma obra-prima - já que algumas piadas podem acertar na trave, o uso excessivo dos personagens do Jim Carrey pode ser cansativo no final e muito do enredo pode ser consumido com mais facilidade para aqueles que conhecem a versão original - mas, como muitas outras adaptações, essa consegue equilibrar as coisas e trazer uma aventura agradável para todos. E não sou só eu dizendo isso, já que Sonic The Hedgehog 3 se tornou o filme live-action de adaptação de videogame com a melhor recepção da crítica, alcançando notas altíssimas nos famosos sites de reviews (como Rotten Tomatoes, Cinema Score e IMDb), derrotando facilmente seu principal concorrente na semana de estreia (Mufasa: O Rei Leão, que arrecadou nem metade do valor que Sonic 3 conseguiu) e concluindo a primeira trilogia de filmes de Sonic The Hedgehog com chave de ouro sabendo que já assegurou uma continuação para a franquia mesmo antes de ser lançado, prometendo uma janela de lançamento para 2027!


Trazendo um enredo tão enraizado na narrativa de 2001, mas optando por se tornar sua própria versão descaracterizada, o filme ainda assim consegue tratar o conteúdo voltado à Sonic Adventure 2 com dignidade e honra, transmitindo o que realmente importava no jogo original sem deixar de lado a necessidade de amarrar essas pontas soltas com o universo pré-estabelecido dos filmes. A interpretação e as escolhas criativas de personagens como Gerald, Eggman e até o próprio Sonic podem não ser iguais às suas versões dos games (o que nunca foram, pra começo de conversa), mas elas não deixam de ser importantes em sua própria maneira.


E tanto o diretor Jeff Fowley quanto os roteiristas do filme conseguiram encaixar com dedicação e respeito esses dois elementos distintos - a versão cartunesca e infantilizada dos filmes com a seriedade de uma história tão reconhecida e repleta de ação e aventura - sem deixar um consumir o outro. No final, a equipe dos filmes “viveu e aprendeu” com os trabalhos do passado e conseguiram se segurar no limiar de um amanhã próspero (quem pegou a referência, pegou), trazendo a excelente adaptação de uma aventura digna da Forma de Vida Suprema!


Recorte de trailer promocional de Sonic The Hegdehog 3, com Knuckles, Tails, Sonic e Shadow nos cinemas vendo Gladiador 2 / Divulgação / Paramount Pictures
Desculpa a review longa, mas essa demorou pra ficar pronta! Pelo menos consegui terminar antes da virada, então nós do BansPodNerd desejamos um Feliz Ano Novo para todos e espero que vocês aproveitem suas festividades! Quem ainda não viu Sonic The Hegdehog 3, corre pro cinema depois da virada! E esperamos que vocês não deixem de acompanhar as novidades do mundo geek com a gente neste próximo ano! Aproveite para nos seguir nas nossas redes sociais e ler o nosso conteúdo aqui no blog, a equipe da redação agradece! Não se esqueça de acompanhar nossos episódios no seu agregador de podcast favorito!

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