Nesta última semana de Junho, durante os dias 26 a 30, tivemos a alegria de viver a primeira edição do evento Gamescom em território brasileiro! Intitulado como Gamescom Latam, o evento é a conclusão de uma ilustre parceria entre a Koelnmesse (Centro de Exibições de Colônia) com a Omelete Company, que se juntou ao BIG Festival (Best International Games Festival) em 2022 e o agregou ao seu guarda chuva de marcas e eventos, assim como os influenciadores Gaulês e Baiano, a startup Chippu e a própria CCXP (ou Comic Con Experience), evento co-criado com a empresa Chiaroscuro Studios.
Sendo reconhecida como o maior evento no ramo de jogos eletrônicos no mundo, é concreto acatar à premissa de que a aquisição do título “Gamescom” para o evento traria muito conteúdo e agregaria diversas desenvolvedoras de jogos internacionais e com nome de peso para o panteão de ativações disponíveis, podendo até rivalizar com o conteúdo exposto em outros eventos do ramo no país, como a Brasil Game Show (ou BGS), mas parece que o objetivo alcançado foi bem semelhante às antigas edições da BIG Festival, o que se mostrou como sendo a principal carta na manga desta primeira edição.
Não querendo dizer que as publishers internacionais que estavam no evento não trouxeram conteúdo relevante, mas certamente deixou aquele gostinho de quero mais. A Epic Games, a Warner Play e a Nintendo (três publishers que realmente tiveram um estande físico próprio no evento) disponibilizaram diversos jogos recentes e adorados pelo público, mas todos eles já estão no mercado há um período de tempo bem significativo.
Para exemplificar, Warner trouxe Multiversus, Mortal Kombat 1 e Hogwarts Legacy (3 jogos que estão “disponíveis” desde 2023) sendo que Harry Potter Quidditch Champions será lançado em Setembro e poderia ter uma demo jogável no evento. Outro caso é a Nintendo, que parece ter trazido o mesmo estande e os mesmos jogos que já vimos na BGS e na CCXP do ano passado, com a única novidade sendo Luigi’s Mansion 2 HD, um jogo que entrou nesta semana no console e teve apenas 5 minutos de gameplay permitidos no evento.
SEGA, Square Enix, Bandai Namco e muitas outras sofreram de algo parecido por terem seu espaço de demos tão reduzido pelo tamanho do panorama consoles e do panorama mundo, trazendo jogos divertidos, mas não alcançando o potencial que eles poderiam alcançar: Sonic X Shadow Generations, Dragon Ball: Sparking! Zero, The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom e muitos outros jogos que sairão nos próximos meses poderiam ter uma relevância no evento (como a Atari fez, ao trazer Yars: Rising e NeoSprint pro pavilhão)
Pelo menos devemos dar os parabéns para essas empresas que trouxeram algo para testarmos, já que a Ubisoft apareceu no evento praticamente com um banner enorme de Star Wars Outlaws e Assassin’s Creed: Shadows, os dois principais jogos da empresa para este ano e que já estão em um estado de desenvolvimento tão avançado que poderiam ter recebido uma demo em qualquer espaço.
Poderia ficar aqui apontando mais alguns destes pontos, ou até adicionando meu descontentamento com outros fatores que percebi do evento (como a minúscula Artist’s Alley e o limitado espaço cosplay, os preços da praça de alimentação, o palco de palestras e entrevistas sendo dividido em plateias através de um rádio para ouvir cada uma à seu bel prazer ou até mesmo o panorama arcade e o panorama board games, que pareciam estar bem divertidos mas extremamente lotados durante todo o evento), porém, acredito que o evento em si abraçou o que consegue fazer de melhor no decorrer dos anos e se manteve nisso: a área de jogos independentes e brasileiros, que é o coração da BIG Festival (assim como a Artist’s Valley é o coração da CCXP). O panorama indie e o panorama Brasil, por exemplo, estavam cheios de vida e paixão pelo meio, trazendo diversos fãs a conhecerem as novidades inusitadas que podem muito bem agitar a indústria nos próximos anos!
Todos os jogos que eu consegui testar entre os indicados para a premiação do BIG Festival foram excelentes e me deixaram extremamente animado para o futuro iminente, assim como os demais que não participaram mas fizeram uma pontinha no evento de alguma forma, como Hypercharge Unboxed, Dungeons of Hinterberg, Flock, Star Trucker, Mullet Madjack, Master Lemon e o próprio Yars: Rising. Um dos meus principais objetivos com o evento foi tentar jogar o máximo das demos disponíveis, mas admito que não consegui pela enorme quantidade de jogos participantes e porque eu fiquei tão vidrado em alguns que não consegui dar a devida atenção para todos!
Entre os que eu joguei, devo recomendar Astro Pig, Bionic Bay, Arranger: A Role Puzzling Adventure, American Arcadia, Jusant, Quit Today, The Gap, Hired 2 Die, World’s Worst Handyman, A Tiny Sticker Tale, Dordogne, Surmount: A Mountain Climbing Adventure, Bilhetes e Boatos e Nova Hearts (além, claro, de todos os jogos que venceram suas respectivas categorias do BIG Festival!)
Talvez eu ainda esteja exausto para compilar tudo o que eu achei do evento, talvez eu só não tive a melhor das experiências, talvez eu que deveria ter me preparado mais para a correria que foi tudo isso, ou talvez eu esteja só cansado de ficar vendo tanta coisa sobre jogos eletrônicos depois da loucura que foi a semana de anúncios do mês passado. De qualquer forma, mesmo tendo aproveitado o evento como público visitante, não consigo tirar de mim esse sentimento de “eu esperava mais”, e muito disso se vêm pela promessa de ser uma Gamescom que foi muito mais outra BIG Festival (o que me dói dizer, sendo que fiquei tão animado com o anúncio do evento na CCXP Unlock de 2023).
Agora é esperar pelo que está por vir da equipe, pois o próximo evento já tem data e local: 30 de Abril a 4 de Maio de 2025, no Distrito Anhembi. A mudança de local e a data confirmada para daqui 10 meses me deixa receoso, mas estarei por aqui, recebendo as novidades e os próximos anúncios de braços abertos, esperando sempre pelo melhor.
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