Olha só quem tá de volta! Aqui é o Marcelo, lançando mais um Além do PodNerd para vocês, queridos, queridas e querides ouvintes do BansPodNerd (demorou um pouco, mas cá estamos nós!) Para quem tá caindo de paraquedas, estas são reportagens e notícias que trazemos com o intuito de agregar aos papos e discussões dos episódios mais recentes do nosso podcast, onde você pode escutar o Bans e o Guima discutirem sobre os assuntos mais recentes da cultura nerd!
Se vocês são como eu e mantém o costume de acompanhar o que tem saído de novidade, sabem que a série Young Sheldon, spin-off de The Big Bang Theory, foi finalizada há algumas semanas e vários fãs do personagem principal passaram por uma montanha-russa de emoções, especialmente durante o retorno do ator Jim Parsons ao papel da versão adulta de Sheldon Cooper, acompanhado de Amy Farrah Fowler, esposa do personagem interpretada por Mayim Bialik.
Com essa surpresa nem um tanto inesperada (pelo vazamento da informação há alguns meses atrás), o alvoroço de um retorno da série original de 2007 criada por Chuck Lorre voltou à tona, mesmo que nenhum dos integrantes tenha o interesse de retornar depois da conclusão de seus arcos narrativos. A série ainda está bem fresca no subconsciente da geração atual, principalmente por ter sido um dos principais catalisadores da popularização do “ser nerd” na sociedade contemporânea (mesmo que em uma versão extremamente estereotipada) e por ter alavancado um renascimento da cultura pop, ao se agregar com o conteúdo “geek” e fornecer-lhe a relevância que possui hoje (junto do “boom” do MCU e das adaptações de diversas franquias literárias, como Harry Potter e O Senhor dos Anéis)
Estes, na minha perspectiva, seriam os principais fatores pelo "revival" não funcionar agora: a série ainda é nova - e está disponível em diversos formatos, além do elenco original não estar afim do retorno, especialmente Parsons, que não quer se ver preso no personagem. Nesta perspectiva de um possível “revival” da história de Sheldon, Leonard e o resto do grupo, trago para a discussão duas situações semelhantes que podem nos mostrar o que esperar de um retorno desta franquia.
O primeiro caso é relativamente recente e se mostrou ter sido um resultado um tanto quanto falho: a série ICarly, sitcom da Nickelodeon criada em 2007 por Dan Schneider (o assediador que também criou Drake & Josh, Zoey 101, Kenan & Kel, Henry Danger e Brilhante Victória) e estrelada por Miranda Cosgrove (Drake & Josh; Meu Malvado Favorito; A Mãe da Noiva). Até os dias atuais, as aventuras de Carly, Sam (Jennette McCurdy), Freddie (Nathan Kress) e o restante da gangue que participava do show online fictício segue sendo uma das séries de maior sucesso da emissora, proporcionando diversas maratonas no seu canal fechado desde a conclusão da história em 2012. Toda essa adoração dos fãs culminou no “revival” em 2021 pela plataforma de streaming da Paramount Plus, que teve um sucesso relativo ao abordar temas modernos e relevantes na sociedade extremamente conectada na internet (assim como foi a obra original) e por trazer diversos momentos nostálgicos para os fãs, principalmente o desenvolvimento amoroso entre Carly e Freddie.
Entretanto, o baixo número de espectadores e a falta da personagem Sam no elenco (já que McCurdy não queria retornar depois dos eventos trágicos por trás das câmeras com Schneider) fizeram com que o “revival” não entregasse o mesmo resultado do original, causando seu cancelamento em 2023. Outras sitcoms teens dos anos 2000 passaram por tentativas de “revivals”, como Zoey 101 (com o filme de 2023 da Paramount Plus, Zoey 102) e As Visões da Raven (com a série A Casa da Raven, no streaming do Disney Plus, que também foi cancelada em 2023), mas nenhuma delas conseguiu se reerguer da mesma forma, e parecia que ICarly tinha tudo para quebrar o molde e se manter, mas os mesmos problemas que podemos ver em The Big Bang Theory se repetem por aqui.
O segundo caso do qual pretendo relatar aqui está num patamar extremamente elevado em comparação às sitcoms americanas, mas pode sofrer dos mesmos problemas nesta nova versão: há alguns meses a Max anunciou uma série baseada na jornada completa da franquia Harry Potter, prometendo abranger mais conteúdo que a saga de filmes não conseguiu abordar e com um elenco totalmente novo! Todo o alvoroço para o “revival” da história do bruxinho trouxe diversos temas à tona, desde a necessidade de mais uma obra intelectual da The Wizarding World (que pode trazer mais ganho financeiro para J.K. Rowling) até a relevância de revisar uma história que ainda está tão fresca no mundo todo pela enorme quantidade de pessoas que viram os filmes e continuam a vê-los (só para se ter noção, todas as salas de cinema que terão o re-lançamento de O Prisioneiro de Azkaban para a comemoração de 20 anos estão lotadas no país inteiro, e os ingressos estão à venda há menos de 24 horas!)
A polêmica por trás da criadora da obra, a enorme quantidade de fãs que ainda consome o conteúdo original (seja pelos livros ou pelos filmes), a extensa quantidade de conteúdo adicional que existe sobre a saga, a falta de necessidade de se ter mais uma versão da obra que irá competir com a veracidade das anteriores e o elenco totalmente novo de atores mirins para uma mega-produção que acontecerá no decorrer de anos são apenas alguns dos fatores que podemos destacar nesta (possivelmente desnecessária) nova jornada pelo mundo mágico, mas é interessante também observar a semelhança entre os atores principais das duas obras. Tanto Parsons quanto Daniel Radcliffe (Guns Akimbo; Truque de Mestre 2; Miracle Workers) já comentaram que são eternamente gratos pelas experiências das obras na qual se tornaram tão reconhecidos, mas que no fim das contas, eles se tornaram o equivalente de “um ator de um papel só” e que foi extremamente difícil para eles se desvincularem dos personagem que interpretaram, principalmente Radcliffe que há anos tem buscado realizar apenas papéis que fossem o extremo oposto de Harry Potter (como foi o caso de Weird: The Al Yankovic Story, onde ele interpretou o musicista “Weird Al” em uma versão caricata de sua “autobiografia”).
Enfim, tendo em mente os exemplos mencionados e o estado da franquia no atual momento, é evidente que um novo projeto pode ser anunciado a qualquer momento, mas é improvável que ele seja um “revival” ou um reboot, principalmente quando os astros da série já partiram para outros projetos. Bialik tem seu próprio podcast e é co-anfitriã do game show Jeopardy, Parsons foi produtor executivo de Young Sheldon e tem recebido diversos papéis importantes em filmes recentes, como Estrelas Além do Tempo e The Boys in The Band.
O casal de Bernadette (Melissa Rauch) e Howard (Simon Helberg) também tiveram recentes aparições na televisão, com Rauch estrelando o revival da sitcom Night Court e Helberg participando como ator e como dublador de diversas animações. Nosso querido Raj (Kunal Nayyar) também não ficou tão longe das telas, estrelando nos filmes da franquia Trolls e no último filme de Adam Sandler, O Astronauta, disponível na Netflix (ele também adquiriu um PhD em Letras Humanas em 2022!) Por fim, o casal de Leonard (Johnny Galecki) e Penny (Kaley Cuoco) ainda estão trabalhando na indústria televisiva, sendo que Galecki tem focado mais na produção de alguns seriados recentes e Cuoco tem ganhado bastante relevância com sua dublagem da personagem Arlequina (dos quadrinhos da DC Comics) na série animada para maiores de 18, Harley Quinn, da Max.
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