ZIRALDO: Famoso cartunista brasileiro morre aos 91 anos

Foto de Ziraldo em sua mesa de trabalho / Divulgação / Marcelo Correa

Eis aqui uma notícia muito triste para a cultura brasileira como um todo, e certamente uma que eu não esperava fazer tão cedo assim. Ziraldo Alves Pinto, famoso escritor e cartunista brasileiro, faleceu nesta tarde (dia 6 de Abril), aos 91 anos de idade. A informação foi confirmada pelos seus familiares, anunciando que Ziraldo morreu em paz, dormindo em sua residência na zona sul do Rio de Janeiro, por volta das 3 da tarde.


Nascido em 24 de Outubro de 1932, na cidade de Caratinga, em Minas Gerais, foi batizado a partir da junção do nome de seus pais, Zizinha e Geraldo. Desde sua infância já se interessava por produzir desenhos e caricaturas, tendo seus primeiros trabalhos publicados no jornal “A Folha de Minas” aos seis anos de idade, seguindo assim uma gloriosa carreira no ramo de produção de historinhas em quadrinhos e charges de jornal (passando também por um breve período de estudo na área de direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, no qual se formou, mas nunca atuou).


Arte de capa do livro infantil Flicts, de Ziraldo / Divulgação / Editora Melhoramentos

Porém, seus maiores feitos foram já depois de formado: Primeiro, por ter publicado a primeira revista de histórias em quadrinhos nacional 100% colorida e produzida por um só autor, a famosa “Turma do Pererê”, que até hoje possui uma ilustre quantidades de fãs; Segundo, por ter co-criado O Pasquim, um periódico produzido por um seminário de diversos cartunistas que tinham como objetivo satirizar o regime militar recém-iniciado e apontar seus defeitos, servindo como voz contra a ditadura (o que lhe levou à prisão logo depois da decretação do AI-5); E terceiro, por ter alavancado consideravelmente a produção e o reconhecimento da literatura infanto-juvenil brasileira na virada da década de 70 para 80, quando começou a produzir exclusivamente para essa vertente literária e criou “O Menino Maluquinho”, seu maior sucesso editorial, que lhe rendeu diversas adaptações em filmes live-action e desenhos animados (inclusive um que saiu recentemente na Netflix, e que recomendo muito!).


Desde Flicts até a Menina das Estrelas e muito além, passando pelo Planeta Lilás e por Uma Professora Muito Maluquinha, é inegável o impacto que Ziraldo causou na vida de milhares de crianças brasileiras que tiveram a oportunidade de seguir imaginando e criando com suas histórias, mas também não devemos nos esquecer de suas grandes conquistas no decorrer de sua vida: sendo cartunista, cronista, escritor, dramaturgo, poeta, apresentador e até jornalista, podemos ver o quanto Ziraldo estava apto a se manter presente no país que ele tanto amava, até o seus últimos suspiros (mesmo que ele não fizesse mais aparições públicas desde 2018, quando sofreu um AVC).


Recorte de episódio da nova animação de O Menino Maluquinho / Reprodução / Netflix

Ziraldo foi uma peça essencial na construção da crescente comunidade que faz parte da cultura geek brasileira, e suas obras perduram como um dos pilares fundamentais do que hoje somos e do que a literatura brasileira se tornou desde então! Não é à toa que a foto que optei por usar neste perfil é uma onde faço cosplay do nosso saudoso Menino Maluquinho, pois jamais poderei negar do quanto essas histórias moldaram quem eu sou hoje. Tanto eu, Marcelo, quanto o restante da equipe do BansPodNerd deixamos aqui nossos sentimentos pela família de Ziraldo e nossos agradecimentos pelo seu enorme papel no nosso universo geek.


E vocês, meus queridos, queridas e querides geeks, também foram inspirados por alguma das obras de Ziraldo? Qual de suas obras mais lhe impactou ao longo dos anos? Não esqueça de deixar suas opiniões nos comentários abaixo e de nos seguir nas nossas redes sociais!

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3 Comentários

  1. Que lindo texto, realmente ele vai fazer uma grande falta!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Fico muito feliz que você tenha gostado do texto! Ele foi certamente uma enorme inspiração para nossa cultura e eu acredito que apenas teremos (assim como um dos títulos de suas obras) outro como ele só daqui a mil anos

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