MARVEL EM 2024: Semana de anúncios tenta mascarar ano com baixa quantidade de lançamentos e grandes incertezas na qualidade

Trailer de Deadpool & Wolverine / Divulgação / Marvel Studios / The Walt Disney Company

Como todos aqui puderam ver nesta última semana, a Marvel Studios decidiu sair do seu casulo e liberou algumas notícias animadoras para os fãs, como o primeiro trailer de Deadpool & Wolverine durante o Super Bowl do domingo passado (dia 11 de Fevereiro), um cartaz do filme O Quarteto Fantástico, com previsão de estreia para 2025 e todo o elenco principal do quarteto escolhido, e pra fechar com chave de ouro, o primeiro trailer e a data de estreia da animação X-Men ´97, que promete continuar diretamente de onde a narrativa da famosa animação dos mutantes parou.


Essas notícias (que já foram todas abordadas aqui no blog pelo nosso querido redator Saulo Melo) deixou muita gente animada, principalmente a galera que está com saudade dessas duas super-equipes e quer vê-las adaptadas dentro do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). O sonho de ver a equipe atual dos heróis mais poderosos da Terra junto (ou até mesmo contra a equipe) dos mutantes nas telonas surgiu antes mesmo da 20th Century FOX ser adquirida pela The Walt Disney Company e não existe personagem melhor para fazer essa “surubona” de personagens do que o Deadpool. E claro, ver que a primeira família da Casa das Ideias receberá uma quarta adaptação (e possivelmente uma mais fiel) enche as pessoas de esperança e cautela, mas o elenco de atores exemplares me deixa ainda mais confiante de que, desta vez, o filme será fantástico.


Infelizmente, precisamos ter em mente que uma semana de anúncios não conseguirá encobrir o cenário que o cronograma deste ano apresenta para a Marvel Studios. Vamos ser sinceros, o MCU já não é mais o mesmo há algum tempo: Desde o sacrifício de Tony Stark na batalha contra Thanos, o lar dos Vingadores parece ter se destrinchado mais do que a Linha do Tempo Sagrada no final da primeira temporada de Loki, causando uma mudança necessária, mas sem um rumo aparente.


Trailer da animação X-MEN ´97 / Divulgação / Marvel Animation / The Walt Disney Company

Algumas mudanças criativas vieram com o objetivo de quebrar completamente o conceito de multiverso como havíamos imaginado até então: seja com Loki e sua total dizimação da linha temporal original, WandaVision e as constantes alterações da realidade dentro do Hex, Homem-Aranha 3 e a sua narrativa segura incrementada com partes da premissa do Aranhaverso, a animação What If…? e suas finitas possibilidades de realidades paralelas ou até mesmo a tentativa interessante mas não tanto exagerada que Doutor Estranho no Multiverso da Loucura deveria ter sido. 


Outras mudanças, entretanto, serviram para expandir o que já conhecemos e acrescentar ainda mais conteúdo para o grande universo que o MCU é: Shang-Chi, Eternos, Werewolf By Night e Cavaleiro da Lua foram oportunidades de darmos novos passos para uma visão mais mística e espiritual do escopo geral, até mesmo passando por uma pitada de “mutação genética” no enredo de Miss Marvel.


Também temos uma terceira tangente de produções do MCU que optaram por ficar no status quo e desenvolver mais do que já sabemos, como Falcão e o Soldado Invernal, Guardiões da Galáxia 3, Gavião Arqueiro, Invasão Secreta, I Am Groot e Wakanda Para Sempre, mas nem todas trouxeram resultados eficazes aos olhos do público geral.


E por fim, temos a última tangente, dos filmes e séries que se encaixam nessas categorias mas que falharam miseravelmente em cativar o público. She-Hulk, Viúva-Negra, Thor 4 e Quantumania foram desastrosos e massacrados tanto pela crítica quanto pelos fãs (Eternos, Shang-Chi, Miss Marvel, Doutor Estranho 2 e As Marvels também podem ser incluídos nesse espaço, mas admito que gostei mais destas produções do que as demais), sem contar que muito das outras produções contadas acima mal conseguiram chegar à um nível de qualidade exigido depois da grandiosidade de Ultimato (os únicos que chegaram próximo disso foram Homem-Aranha 3 e Guardiões 3).


Trailer de Homem Formiga e Vespa: Quantumania / Divulgação / Marvel Studios / The Walt Disney Company

Os problemas da produção dos filmes é evidente e está sendo noticiado há anos na mídia: desde as restrições de filmagens por conta da COVID-19 e da paralisação dos Sindicatos de Atores e Roteiristas, até a forma como a empresa trata seus funcionários de efeitos especiais e computação gráfica para trabalharem ao extremo. Inclui-se nisso também as controvérsias entre alguns levantamentos que artistas estão apontando no decorrer dos anos, sem contar o caso de violência doméstica do Jonathan Majors (escalado como Kang, que seria “o próximo Thanos”) e os indícios de que diversos atores recorrentes do MCU querem pular logo deste barco, como Tom Holland e a equipe de Guardiões da Galáxia (principalmente depois do escândalo do James Gunn e sua partida para o Universo da DC).


Apesar de diversos acertos e várias produções atuais com pontos positivos, alguns deslizes do passado (como Capitã Marvel, Era de Ultron e Thor 2) e do presente (como She-Hulk e Quantumania) causaram uma incerteza por parte dos fãs em prol de qualidade técnica e narrativa dos novos filmes em comparação com o que veio antes (como a Saga do Infinito, que pareceu ser melhor trabalhada do que o conteúdo que temos agora). Isso fez com que a marca perdesse credibilidade com seu público-alvo mais forte: os “nerds raízes”, aqueles que leram boa parte das sagas das HQs, acompanhavam de perto os lançamentos nos cinemas, ficavam nas salas para ver as cenas pós créditos e esperavam uma adaptação no mínimo aceitável e com uma excelente qualidade, mas parece que os “raízes” já perceberam que o fator principal pelo qual a Marvel se encontra neste cenário atual se deu por conta dela optar dar mais atenção à quantidade do que à qualidade, pensando que a segunda parte seria “fácil” de se manejar depois de ficar 10 anos no podium. 


Diversos destes “deslizes” recentes mostraram que a Marvel Studios optou por seguir os caminhos das HQs e deixou tudo uma confusão muito grande de ser compreendida e acompanhada. Essas reflexões instigaram os nerds à instaurar um regime de “semi boicote” nas mídias sociais, ao analisar o conteúdo que a Marvel Studios produz e repassar suas experiências ao público geral, mas já que acompanhar tudo é improvável e nem tudo está agradável de se assistir, muito dos resultados destas “reviews” chegam a apontar essas produções como sendo “algo no qual você não deveria perder o seu tempo consumindo”: Eles assistem para nos falar que não é para assistir aquilo pois eles julgam ser demais para todos e estar pior do que um dia já foi.


Trailer de Guardiões da Galáxia 3 / Divulgação / Marvel Studios / The Walt Disney Company

O triste resultado destes fatores em conjunto (queda de qualidade pelo aumento da quantidade, falta de um sentido narrativo englobando tudo, problemas por trás das câmeras e a frota dos fãs que não aguentam mais do mesmo e boicotam o conteúdo atual) causou uma queda do dinheiro total arrecadado pelas produções da empresa e uma revisão geral do plano de lançamentos, o que já é visível neste ano: Os últimos lançamentos do MCU (As Marvels e Echo) foram possivelmente os piores lançamentos da empresa até o momento, o único filme exclusivamente do MCU que temos confirmação de lançamento para este ano é Deadpool & Wolverine e muitas das produções que eram esperadas para os anos anteriores ainda estão no aguardo para serem lançadas (como Agatha: Darkhold Diaries, que já está no seu terceiro subtítulo e a previsão de estreia ainda não foi definida depois de anos do seu anúncio, ou Daredevil: Born Again, que está passando por refilmagens e deve ser lançado agora só em 2025, ou pior, o caso do filme do Blade, que perdeu seu diretor e seu roteirista e está passando pelo processo de produção novamente).


O pior de tudo, é que claramente esse resultado já estava previsto de acontecer, talvez não nessa magnitude, mas as peças do jogo estavam em campo há muito tempo. Ninguém consegue ficar no topo para sempre, e o MCU nos entregou excelentes 10 anos de um conteúdo midiático magnífico, mas as rachaduras desse pilar se mostraram bem evidente na tentativa de aumentar a produtividade e minimizar os danos num cenário de catástrofe global e dentro de uma indústria capitalista marcada pela necessidade de sempre produzir algo novo e pela constante vigilância de todos os membros envolvidos. A brilhante ideia de reduzir o tempo das “fases” e aumentar o conteúdo nunca iria dar certo, ninguém teria paciência para consumir tudo e nem tudo conseguiria manter o selo de qualidade que a Marvel tanto prezava manter há uns anos atrás.


E este é o nosso ponto atual da cronologia: Temos alguns projetos que podem nos trazer algum pingo de novidade e esperança e diversos outros dos quais não sabemos quando irão aparecer ou se algum dia irão sair do papel; Uma enxurrada de conteúdo midiático de qualidade boa para duvidosa que não se sabe ao certo se vale a pena ser consumido; Uma gama de atores com contratos em espera por uma nova chance de brilhar no personagem e alguns que já querem sair das amarras do MCU; Inúmeros problemas atrás das câmeras e pouca gente arrumando eles, apesar do quão aparente eles são; Fãs aceitando a escassez de conteúdo em prol de um futuro no mínimo promissor para a franquia que eles batalharam tanto para amar; E no geral, um ano cheio de incertezas, onde a única certeza é que a Marvel precisa mudar alguma coisa para se manter no pedestal.


Trailer da animação What If...? / Divulgação / Marvel Animation / The Walt Disney Company

E eu acredito que essa mudança era necessária, mas foi muito abrupta e sem um rumo. Foi como se um quebra-cabeças muito bem montado há anos fosse destruído e a Marvel Studios decidiu pegar algumas peças novas pra ver se encaixam no molde original, mas mesmo que algumas tenham conexão, o conteúdo geral não tá encaixando direito e nem vai encaixar. Vendo essa bagunça de pecinhas na minha frente, acho que só sobrou duas opções - ou vocês pegam um novo quebra-cabeça ou remontam o anterior. Enquanto isso, eu vou ficar aqui sentado no meu canto vendo vocês remontarem o que um dia eu tanto amei.


E então, queridos, queridas e querides geeks: O que vocês acham do conteúdo atual da Marvel Studios? Estão torcendo para que o Quarteto Fantástico e o X-Men tirem o MCU do buraco que eles cavaram? Dos anúncios que rolaram, qual foi o mais interessante para vocês? Fala aqui nos nossos comentários e não deixe de nos seguir nas nossas redes sociais!


DEADPOOL & WOLVERINE será lançado nos cinemas no dia 27 de Julho


X-MEN ´97 será lançado no dia 20 de Março, na Disney Plus


THE FANTASTIC FOUR será lançado nos cinemas no dia 25 de Julho de 2025


A SAGA DO INFINITO e todos os filmes e séries adjacentes à ela já estão disponíveis na Disney Plus


Os filmes VIÚVA-NEGRA, SHANG-CHI E A LENDA DOS DEZ ANÉIS, OS ETERNOS, DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA, THOR: AMOR E TROVÃO, PANTERA NEGRA: WAKANDA PARA SEMPRE, HOMEM-FORMIGA E VESPA: QUANTUMANIA, GUARDIÕES DA GALÁXIA: VOLUME 3 e AS MARVELS já estão disponíveis na Disney Plus


As séries LOKI, WANDAVISION, WHAT IF…?, FALCÃO E O SOLDADO INVERNAL, GAVIÃO ARQUEIRO, CAVALEIRO DA LUA, MISS MARVEL, SHE-HULK, I AM GROOT, INVASÃO SECRETA e ECHO já estão disponíveis na Disney Plus


O especial WEREWOLF BY NIGHT já está disponível na Disney Plus


BLADE ainda não possui data de lançamento confirmada


AGATHA: DARKHOLD DIARIES tem previsão de lançamento para 2024


DAREDEVIL: BORN AGAIN tem previsão de lançamento para 2025


HOMEM-ARANHA: SEM VOLTA PARA CASA está disponível para compra no Prime Video e na Apple TV

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